A forma como uma estrutura é construída influencia diretamente na sua qualidade, funcionalidade e tempo de obra. Por isso, dependendo das necessidades do seu projeto, vale a pena considerar métodos menos convencionais no seu planejamento, como a construção a seco.
Essa opção, já reconhecida no mercado, apresenta diversas vantagens em termos de segurança e eficiência. Basta saber em quais contextos aplicar o método de construção a seco e quais são seus impactos na estrutura. Após se informar melhor a respeito, você pode definir qual é a melhor opção para o seu projeto.
Acompanhe e entenda mais sobre a construção a seco, como ela é feita e quais são suas principais vantagens.
Como o nome indica, a construção a seco é um método que não utiliza água para a composição do material no canteiro de obras. A única exceção é no caso da fundação, que mesmo nesse contexto requer materiais que incluem água na sua elaboração.
Essa mudança representa uma grande inovação em relação aos métodos tradicionais aplicados na construção civil. O uso de misturas como o cimento, o concreto e a argamassa é comum em todo tipo de obra. No entanto, misturar os componentes com água durante a obra requer tempo e pode ocasionar outros imprevistos, sem mencionar que é necessário esperar o material secar após sua aplicação.
Dependendo do objetivo do seu projeto, a construção a seco representa uma economia considerável de material e tempo de obra — tudo isso sem comprometer o resultado. Assim, você consegue entregar um imóvel de alta qualidade com um orçamento mais enxuto.
Vale ressaltar que os sistemas de construção a seco são regulados pela ABNT, de modo a estabelecer padrões de segurança e qualidade. Além disso, as Normas Reguladoras (NRs) de construção civil fornecem orientações precisas sobre como aplicar esse método construtivo. A NR 18, por exemplo, trata da organização e do planejamento do processo da obra.
Na prática, a construção a seco envolve uma série de técnicas e métodos, cada um com suas próprias aplicações e particularidades. Entender essas diferenças é essencial para aplicar cada método da forma correta. Acompanhe e entenda quais são os principais sistemas de construção a seco na atualidade.
O Drywall é um dos sistemas de construção a seco mais utilizados atualmente. A técnica consiste no uso de perfis e placas de gesso pré-fabricadas, as quais são fixadas à estrutura do imóvel para formar paredes e teto. Em reformas, é uma opção bastante empregada como revestimento para diferentes áreas do imóvel, já que não é preciso refazer a estrutura base.
Cada placa é bastante leve se comparada a uma estrutura de alvenaria convencional, permitindo que a construção seja mais rápida e eficiente. Além de ser uma opção bem funcional, o Drywall pode ser usado como parte da sua decoração e acabamento estético, criando uma camada que pode ser moldada e ajustada de acordo com suas preferências. O material também é mais fácil de remover e substituir em futuras reformas.
O Poliestireno Expandido, ou EPS, é um material plástico celular rígido e bastante resistente, fabricado a partir de estireno e água. Na construção civil, esse material é utilizado na composição de painéis monolíticos de EPS, que são formados por uma placa desse material, recoberta dos dois lados por grades de aço galvanizado.
Cada placa é usada como parte da estrutura do imóvel, fornecendo sustentação e resistência. Devido ao seu peso reduzido, uma das aplicações mais comuns é em lajes nervuradas.
Para complementar essa estrutura, é aplicada uma camada de argamassa sobre os painéis EPS. Mesmo que a argamassa utilize água em sua composição, seu impacto no processo de construção é tão baixo que esse método é reconhecido como construção a seco.
O uso de aço e concreto é uma constante no setor de construção civil, mesmo na construção a seco. Um exemplo disso é a parede dupla de concreto, um sistema que permite aproveitar as principais qualidades desse material sem ter que lidar com sua confecção no canteiro de obra.
Nesse sistema, a construção é feita usando placas de concreto modulares que chegam pré-confeccionadas à obra. Ou seja, não é necessário misturar o concreto antes de sua aplicação. Uma vez entregues, os blocos são conectados por uma treliça, oferecendo maior estabilidade.
Esse método é bastante comum na construção de shopping centers. A alta produtividade da obra permite que o espaço comece a ser utilizado em um prazo curto, além de tornar o custo do projeto mais baixo.
Além do concreto, o aço tem um papel fundamental na construção a seco. No Steel Frame, por exemplo, esse material se torna a peça principal, servindo como base para todo o resto da estrutura.
A expressão Steel Frame pode ser traduzida como “grade de aço” ou “moldura de aço”. Trata-se de um esqueleto de aço leve, montado antes da adição de outros componentes de alvenaria. Ele é usado como base para a sustentação da estrutura, a partir da qual serão construídas as paredes, telhas e outros elementos.
Por ser um material leve, resistente e flexível, o aço oferece um melhor desempenho para a estrutura, além de reduzir o tempo de obra. Além disso, é uma opção bastante sustentável, já que o aço pode ser reutilizado e reciclado mesmo após a demolição do imóvel.
Antes da utilização do aço ou da alvenaria, a madeira era um dos materiais mais comuns na construção de várias estruturas. Inclusive, essa prática ainda pode ser adotada hoje, com técnicas como o Wood Frame.
Trata-se de uma estrutura similar ao Steel Frame, ou seja, um esqueleto para o imóvel. Porém, no lugar do aço, é utilizada madeira de reflorestamento como material principal. Isso muda a forma como o projeto é conduzido, além de proporcionar um resultado estético diferenciado.
É importante utilizar o tipo correto de madeira durante esses projetos, não só por questões ambientais, mas também por causa do impacto na capacidade de sustentação da construção. Afinal, diferentes tipos de madeira também apresentam diferentes níveis de resistência e rigidez. Como precaução extra, todo o material deve ser tratado para evitar a formação de fungos ou a entrada de insetos na madeira.
A construção a seco se apresenta como a melhor opção para construções de variados tipos e portes. No contexto certo, elas abrem novas oportunidades para melhorar o desempenho da obra. A seguir, vamos explorar os benefícios dessa técnica de construção inovadora!
Um dos principais pontos a favor da construção a seco é o seu impacto no tempo de construção. Como não é necessário utilizar grandes quantidades de água na composição do material no canteiro de obra, a equipe também não precisa aguardar tudo secar antes de prosseguir com seu trabalho. Essa característica faz uma grande diferença no tempo total da obra.
Com um processo mais rápido, você reduz custos e diminui as chances de imprevistos. Além disso, consegue aumentar a satisfação do cliente, já que ele recebe o projeto concluído em menos tempo.
Um dos principais pontos a considerar na construção civil é o conforto fornecido aos usuários no espaço interno. Nesse aspecto, a construção a seco traz diversas vantagens, a exemplo do conforto termoacústico.
O tipo de material usado na construção a seco, na maioria das vezes, já conta com propriedades que favorecem o isolamento acústico, deixando os espaços internos mais silenciosos e agradáveis. Já na alvenaria convencional, é necessário implementar outros sistemas para promover o isolamento termoacústico, aumentando a complexidade e o custo do projeto de construção.
Um aspecto que mencionamos sobre a construção a seco é como as técnicas utilizadas podem ter um custo menor comparado com os métodos tradicionais. Mas aqui vai outra vantagem: também é mais fácil calcular o custo total da obra na fase de planejamento.
No caso das construções feitas usando alvenaria, o processo de mistura da argamassa, concreto ou outros materiais com água costuma envolver bastante desperdício porque nem sempre é possível calcular exatamente o material necessário. Já quando esses componentes são removidos do cálculo, como acontece na construção a seco, você consegue estimar de forma mais precisa seu custo de material.
A construção de diversas estruturas, lajes e paredes em alvenaria causa um impacto ambiental. A própria construção pode espalhar poeira e substâncias tóxicas ao redor, afetando negativamente áreas verdes próximas. Além disso, um processo de construção mais demorado significa um maior consumo de energia e combustível pelos equipamentos usados na obra.
Com a agilização do processo e a redução do desperdício de material, o resultado é uma construção que apresenta uma pegada de carbono reduzida. Ainda, quanto maior a escala do projeto, mais significativa se torna essa diferença.
Mesmo quando a estrutura precisa ser demolida ou passa por reformas, ainda é possível aproveitar uma boa parte dos materiais da construção. O aço, por exemplo, é reciclável e reutilizável, podendo ser aplicado em novas construções. Já o Drywall é mais fácil de descartar do que a alvenaria convencional e conta com resíduos recicláveis, produzindo menos lixo.
Nos exemplos de construção a seco que citamos, você deve ter notado que muitas técnicas podem ser aplicadas em conjunto com outros métodos, incluindo alvenaria convencional. Essa combinação permite aproveitar melhor as vantagens de cada recurso disponível.
Com o planejamento adequado, você pode integrar diferentes métodos como parte do mesmo projeto, otimizando sua funcionalidade e custo. Isso vale tanto para reformas em estruturas de alvenaria já concluídas quanto para novos imóveis.
Outra questão importante é como o método de construção impacta o processo de manutenção da estrutura a longo prazo. Dependendo dos materiais utilizados e das técnicas de construção aplicadas, pode ser que o imóvel seja mais suscetível a desgastes, aumentando a necessidade de manutenção.
Esse é um problema comum em muitos imóveis feitos com alvenaria tradicional. Qualquer problema durante o processo de construção aumenta o risco de fissuras, o que demanda mais atenção e gera custos mais elevados a longo prazo.
Muitos sistemas de construção a seco são modulares, com peças que são montadas de forma independente. Isso significa que, na hora de fazer a manutenção de cada estrutura, é possível substituir apenas a parte danificada, evitando a necessidade de reformar uma parte maior da obra.
Mesmo com todas as vantagens que citamos, ainda existem alguns pontos de atenção na construção a seco. É importante considerá-los durante a etapa de planejamento do seu projeto. Veja quais são!
Os sistemas de construção a seco já têm bastante adesão em diferentes projetos. Porém, para alcançar o nível de qualidade desejado, é necessário contar com mão de obra especializada, que entenda a fundo como implementar cada método durante a construção.
O mesmo vale para a escolha dos fornecedores para suas obras. Todo o material deve atender aos padrões de qualidade necessários para garantir a eficiência da sua estrutura. Sem isso, a construção pode não ter o nível de segurança necessário.
Em muitos casos, a principal barreira para a utilização da construção a seco no lugar da alvenaria convencional não é material, mas sim cultural. Diversos profissionais e clientes estão acostumados com as estruturas tradicionais, o que influencia suas escolhas durante o projeto.
Então, para aproveitar as vantagens da construção a seco, você precisa mostrar para o cliente que se trata da melhor opção para atender às suas demandas. Trabalhar as técnicas de negociação e aprofundar os seus conhecimentos sobre os métodos de construção nessa modalidade são bons caminhos para melhorar a argumentação.
A construção a seco, com sua abordagem modular mais econômica e com menor impacto ambiental, é um método interessante para aplicar em diversas obras. Assim, vale a pena se aprofundar no assunto, entender os benefícios e acrescentar esse tipo de construção ao seu portfólio.
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